quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Oração em Secreto

Você já pensou que privilégio maravilhoso é ter a liberdade de pedir a Deus para se encontrar contigo e ouvir o que você tem a dizer, em particular?! Devemos usufruir de tal privilégio com alegria e fidelidade. Orar sozinho, fechando a porta atrás de você significa duas coisas. 1) Deixar o mundo fora, eliminando todos os pensamentos e preocupações do dia. 2) Desligar-se de tudo e ficar a sós com Deus. Isso é importante para que se perceba a presença do Pai. Neste momento, tudo o que importa é: “Agora estou sozinho com Deus.” Dirija-se ao Pai com a plena certeza de que Ele sabe como você anseia por Sua ajuda e orientação. Confie na grande promessa do versículo 6: "E seu Pai, que conhece todos os segredos, te recompensará.” Oração em secreto será seguida pelo trabalho secreto de Deus no seu coração. (Andrew Murray)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Abraão, Abraão

"Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui." (Gn 22:11).

Podemos aprender com o duplo chamamento de Abraão que Deus nos chama a uma experiência de consagração.

Abraão teve uma vida de altar e tendas, ou seja, de consagração e desprendimento das coisas terrenas. Em sua vida, Abraão erigiu quatro altares em lugares muito significativos: Moré; entre Betel e Ai; Manre; e Moriá.

  1. Moré - "Passou Abrão pela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de Moré. Nesse tempo estavam os cananeus na terra. Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: Darei à tua descendência esta terra. Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera." (Gn 12:6,7). Moré tem o sentido de ser tosquiado, esfregado, polido. Em sua primeira experiência de consagração, Abrão precisava diminuir para o Senhor crescer na vida dele. Daí a necessidade de ser tosquiado, esfregado e polido. O resultado da consagração são cinzas. "Convém que Ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30).
  2. Entre Betel e Ai - "Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou a sua tenda, ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor." (Gn 12:8). Em sua segunda experiência de consagração, Abrão teve o discernimento entre a "Casa de Deus" (Betel) e o "Monte de Ruínas" (Ai), que é o mundo. Após isso, houve fome na terra e ele achou por bem descer ao Egito, que representa o mundo da subsistência: "Ora, havia fome naquela terra; Abrão, pois, desceu ao Egito, para peregrinar ali, porquanto era grande a fome na terra." (Gn 12:10), trazendo-lhe grandes problemas com Faraó, que representa o Inimigo de Deus: "Feriu, porém, o Senhor a Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão.". Abrão, então, viu que lhe era necessário voltar exatamente para o ponto de onde tinha partido: "Nas suas jornadas subiu do Negebe para Betel, até o lugar onde outrora estivera a sua tenda, entre Betel e Ai, até o lugar do altar, que dantes ali fizera; e ali invocou Abrão o nome do Senhor." (Gn 13:3-4). Deste fato podemos aprender a lição que ao nos consagrarmos ao Senhor, vemos logo a necessidade de edificarmos a Casa de Deus e que já não mais servimos para o mundo, pois não passa de um monte de ruínas.
  3. Manre, em Hebrom - "Então mudou Abrão as suas tendas, e foi habitar junto dos carvalhos de Manre, em Hebrom; e ali edificou um altar ao Senhor." (Gn 13:18). Hebrom significa "associação" e Manre significa "força e vigor". Assim, em sua terceira experiência de consagração,  Abrão reconhece a sua fraqueza e se associa à força do Senhor. Quando somos fracos é que somos fortes. "Diga o fraco: sou forte" (Jl 3:10). "Quando sou fraco, então, é que sou forte" (2Co 12:10).
  4. Moriá - "Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar...Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha" (Gn 22:2,9). Moriá significa "lugar escolhido por Deus". Moriá tem raiz em Moré (polido, tosquiado). Abrão precisava assumir a responsabilidade (Siquém = "ombros") e permitir-se ser trabalhado por Deus (polido) para conhecer a Sua perfeita vontade. Em sua quarta experiência de consagração, Abrão reconheceu que Deus é quem escolhe o lugar de edificação de Sua casa, independente de preferências humanas. De fato, o monte Moriá, que fica do lado oriental de Jerusalém, foi o lugar onde Salomão edificou o templo: "Então Salomão começou a edificar a casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu" (2Cr 3:1).
Quanto a nós, também precisamos ser "tosquiados" (Moré) em nossa vontade própria, para vermos a diferença entre a "Casa de Deus" e o "mundo em ruínas" (Betel e Ai), associando-nos à "força e vigor" provenientes de Deus (Manre, em Hebrom) e, finalmente, compreendendo a vontade de Deus, que é de edificar a Sua casa, a Igreja, no "lugar que Ele mesmo escolheu" (Moriá), no espírito humano, pois "todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito." (Ef 2:21-22).

Entendo que esta é a verdadeira experiência de consagração, que podemos aprender na rota dos altares erigidos por Abraão, de Moré a Moriá.

Obs.: Recomendamos fortemente a leitura do livro "O Duplo Chamamento", de Christian Chen.

Em Cristo,

Romualdo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Quebrantamento

O Senhor nos chama ao quebrantamento, a uma experiência de liberação da própria vida divina que foi dispensada ao nosso espírito, como semente divina.

Não há muitas maneiras naturais de se romper a casca de uma semente, senão lançando-a em terreno fértil e deixando o tempo passar para que a vida em seu interior tenha crescimento e expressão. A casca é apenas um invólucro que guarda o precioso conteúdo da plenitude de vida.

Esta é a metáfora que o próprio Senhor Jesus nos deixa para o quebrantamento: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (Jo 12:24).



Ao ser lançada em solo adequado, a semente romperá a sua casca no devido tempo, para liberar a vida do grão. O rompimento da casca e a morte do grão geram vida abundante.

Trazendo para a nossa experiência, podemos comparar a casca ao nosso homem exterior, que sempre resiste em cair no solo, pois é lá que quer reinar a nossa força natural, a nossa mente, vontade e emoção (em outras palavras, a nossa alma). Mas, é necessário que esta casca se rompa, partindo-se para que o interior da semente, nosso espírito, possa ser liberado como vida para alcançar outras vidas e se renove de dia em dia, produzindo muito fruto (os frutos do espírito). Por isso, mesmo morrendo (para o nosso ser natural), não desfalecemos! (2Co 4:16). Na experiência do próprio Senhor, o momento do Seu quebrantamento (cair na terra como um grão, para morrer por nós, pecadores) foi a hora da glorificação do Filho do Homem! (Jo 12:23).

Na sinopse do livro “A liberação do espírito” (Watchman Nee), lemos que:

“A obra que provém do espírito é realizada apenas por Deus, e somente por meio do quebrantamento do homem exterior pode o Espírito Santo operar livremente. O livre operar do Espírito é o maravilhoso resultado de uma batalha que se trava na alma. É imperativo romper os poderes da alma, para que o espírito humano expresse plenamente a vida do Senhor Jesus! A alma naturalmente deseja ser ’senhor’, e somente pode tornar-se um ’servo’ útil pela obra da cruz. Quando isso acontecer, poderemos, finalmente, dizer à nossa alma: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa” (Sl 62:5).

O Senhor seja com o nosso espírito!

Romualdo.